sábado, 28 de fevereiro de 2015

Masterchef Portugal 2015

Não é segredo para ninguém que amo cozinhar, e também não é segredo para ninguém que não pensaria duas vezes se surgisse alguma oportunidade relacionada com a cozinha, ainda que isso implicasse mudar completamente de vida.

Quando começaram passar na TVI os anúncios que as inscrições para o Masterchef estavam abertas não exitei. Depois de preencher um questionário com 50 perguntas e ter enviado uma fotografia de um prato confeccionado por mim estava finalmente inscrita! 




{Pré-casting, Hotel Holiday Inn Lisbon Continental, Dezembro 2014}


Era uma sexta feira em finais de Novembro, tinha acabado de chegar a casa depois de mais um dia de aulas, liguei o computador e abri o e-mail como faço sempre, entre eles um da Shine Iberia com o assunto "Masterchef Portugal 2015", abri e quando comecei a ler: "Olá Maria, parabéns! Foi seleccionada para o Pré-Casting do MasterChef Portugal 2015 (...)" nem queria acreditar {acho que fiquei tão contente como quando recebi o e-mail com os resultados da candidatura à universidade}. Entre os mais de 5000 inscritos estava entre os 2000 seleccionados para o pré-casting.



{Pré-casting, Hotel Holiday Inn Lisbon Continental, Dezembro 2014}


O pré-casting iria realizar-se duas semanas depois. Teria que levar um prato confeccionado por mim e tudo o que precisasse para o empratar, lá teria à minha disposição apenas uma mesa e teria apenas 15 minutos para fazer o empratamento. Começou então a "saga". O que é que iria cozinhar? tinha que ter em conta que ia ser servido frio... Estava então decidido que iria ser uma sobremesa, só faltava decidir qual. Após algumas pesquisas optei por um cheesecake de morango com cobertura crumble.

Nas vésperas do pré-casting fui então às compras. Estava no fim das compras e pensei que talvez fosse melhor pensar num plano B não fosse o A correr mal. Comprei ingredientes para uns brownies de cacau com pepitas de chocolate.

Compras feitas, hora de ir para casa. Depois do jantar meti mãos à obra, seguindo a receita o cheesecake  era feito em duas fases, ambas no forno, primeiro a base e depois o creme de queijo e o crumble, estava tudo a correr bem até começar a perceber que o crumble já estava no ponto e o creme de queijo ainda estava liquido... Ainda meti papel prata para o crumble não queimar mas nada feito... Ok cheesecake de parte, vamos passar ao plano B {ainda bem que tinha um plano B}




{Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, Janeiro de 2015, check-in dos concorrentes}



O plano B concorreu lindamente, acho que foram os melhores brownies que fiz na vida! Para enriquecer os brownies e tornar o prato mais bonito na hora de empratar fiz uma redução de morangos, e pronto já tinha prato para levar ao Masterchef. 

Eram duas da manhã quando terminei e arrumei tudo. O despertador estava programado para as 5h. Saí de casa por volta das 6h, tinha pela frente uma viagem de uma hora e meia e ainda tinha que passar por Montemor para apanhar a Marta e o namorado Zé que iam comigo. Ás 8h tinha que estar em Lisboa. Chegamos ás 8:15h e à nossa espera tínhamos uma fila interminável. Deram-me uma senha, tinha mais de 200 pessoas à minha frente... 

Ainda pensei em desesperar mas a Marta estava convicta que talvez na hora de almoço ficássemos despachados e eu quis acreditar nela. Estávamos em Dezembro, estava {muito} frio, estávamos na rua e estávamos de pé. Chegou a hora de almoço e talvez 100 pessoas tivessem sido chamadas...

Ok acho que já posso começar a desesperar, posso eu e pode a Marta e o Zé que sempre estiveram comigo {menos quando foram comer o pior almoço de sempre, um bitoque feito por um chinês proprietário de um café, podem imaginar não podem?}. Só nos restava esperar e continuar a desesperar, e entre gravações das filas e muitas pausas lá se passou a tarde.




                                    {Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, vista das bancadas}



Já passava das 18h quando entrámos no hotel, pelo menos já nos podíamos sentar e já não apanhávamos frio. Passadas 16 horas, sim 16 horas, após ter chegado a Lisboa era finalmente chamada. E acho que foi aí que me apercebi que isto era mesmo a sério, estava mesmo num casting para o Masterchef, a maior competição de culinária do mundo, e eu estava lá, e os nervos também.

Chamavam 15 pessoas de cada vez para o piso superior do hotel, onde eram feitas as provas. Deram-me um autocolante com o meu número de concorrente e só tinha que esperar mais uns minutos. Aparece então uma senhora da produção com uma mão cheia de candidaturas e começa a chamar nomes. Só oiço a Marta a dizer-me: "Vão chamar-te, vi a tua foto!", oh meu Deus é agora! Entravam 15 pessoas de cada vez para a sala do empratamento, cada um tinha uma mesa para fazer o empratamento. 






                           {Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, antes das provas começarem}



E soube que valeu a pena as longas 16 horas de espera ao frio quando ouvi alguém dizer "sejam bem vindos ao Masterchef! Tem 15 minutos a partir de agora!".  Nem precisei de tanto para empratar o meu brownie de cacau com pepitas de chocolate e redução de morangos {da qual não tenho fotos com muita pena minha}. Após os empratamentos passamos a uma outra sala onde um chef de alta cozinha fazia as provas, o chef não interagia connosco, apenas fazia a prova, e estava de tal forma compenetrado que nem dava para perceber se gostava ou não. 

Os resultados só seriam divulgados em Janeiro, mas pelo menos saí de lá com a sensação de dever cumprido, agora só restava esperar.




           {Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, á esquerda os chefes assistentes, á direita os jurados}


Estávamos no inicio de Janeiro, ainda os resultados não tinham saído, quando oiço o Manuel Luís Goucha dizer no Você na TV! que esta ano o primeiro episódio, ou seja o mega casting, ia ser gravado no Porto. Porto?! Como é que ia para o Porto?! Eu estou em Évora... Tinha que ir nas vésperas, e depois como é que ia cozinhar?! já que tinha que levar um prato confeccionado... Ok calma os resultados ainda nem tinham saído, se calhar nem ia ser seleccionada... Uns dias depois li no facebook do Goucha que a Câmara Municipal do Porto não tinha autorizado cortarem o trânsito na avenida dos Aliados, o que inviabilizava as gravações, tudo apontava então que ia ser gravado em Lisboa, alivio!

Estádio Nacional do Jamor foi o local escolhido. Só faltava sairem os resultados. Mais uma vez era sexta-feira, entro no e-mail e quando leio no assunto "Masterchef Portugal 2015" paralisei a olhar para o ecrã, eram os resultados, assim que abrisse o e-mail ia ficar a saber se tinha passado à próxima fase ou não...

"Muitos Parabéns Maria, foi seleccionada para o mega-casting do MasterChef Portugal 2015! Vai arrancar a grande aventura! (...)

Ohhhhhhhhhhhhh yeahhhhhhhhhhhhhhh estava no Masterchef!!!!!!!!!! Entre os 2000 candidatos que foram ao pré-casting eu tinha conseguido ficar nos 500 melhores, talvez isto pareça presunçoso, mas a verdade é que o sonho estava a tornar-se real! 




        {Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, Sopa de Tomate Reinventada, mais tarde partilho a receita}



Começou então mais uma saga, o que é ia cozinhar desta vez? Tal como no pré-casting tinha que levar um prato confeccionado e lá só teria que o empratar. Desta vez queria levar um prato salgado, só faltava decidir qual. A primeira escolha recaiu sobre um peito de frango recheado com espinafres, requeijão e nozes acompanhado de puré de batata doce e coentros, mas tendo em conta o que aconteceu no pré-casting achei por bem ter um plano B.

A primeira opção correu bem mas o puré de batata doce não me convenceu. Plano B? uma sopa de tomate do Alentejo, mas reinventada! e apresentada de forma diferente, achei que era uma óptima ideia, era criativa e ia levar dos sabores do meu Alentejo. O peito de frango estava óptimo mas tinha o senão do puré, a sopa de tomate também estava boa mas achava que devia ter trabalhado melhor a ideia.

Vai daí decidi levar os dois pratos na geleira, até chegar lá haveria de me decidir! Mais uma vez deitei-me as duas da manhã, levantei-me às 5h, saí de Évora as 6h, apanhei a Marta e o Zé em Montemor e lá fomos nós com destino ao Estádio Nacional do Jamor.





                                    {Mega-casting, Estádio Nacional do Jamor, depois das provas}



Depois de andarmos às voltas em Lisboa porque nos enganamos nas saídas, lá chegamos ao Jamor! Outra fila interminável de pessoas? Sim! Mais 16 horas de espera? Não! A fila rapidamente andou com os concorrentes a fazerem o check-in. Estava tudo a postos.

As portas do estádio ainda estavam fechadas, através dos portões conseguíamos ver as bancadas com as toalhas negras, cada uma delas destinada a um número de concorrentes, de frente para as bancadas o palco onde os jurados Manuel Luís GouchaMiguel Rocha Vieira e Rui Paula iam entrar em acção.

As gravações iam começar. Os portões iam abrir e cada um de nós, concorrentes, íamos dirigir-nos ao nosso lugar na bancada, já atribuído através de um número. Já todos nos devidos lugares, vimos surgir entre os apoiantes que estavam nas bancadas do estádio, os jurados que se dirigiram para o palco. 

"Bem vindos ao Masterchef!"

Era agora. Era o tudo ou nada. Tínhamos 20 minutos para fazer o empratamento, e eu ainda não me tinha decidido qual dos pratos ia apresentar! Decidi-me pela sopa de tomate, pareceu-me ser o prato mais original. Passados os 20 minutos 30 chefes assistentes, entre eles alguns ex-concorrentes do ano passado, fizeram as primeiras provas. Os pratos mais votados iam ser provados pelos três jurados que posteriormente iriam atribuir as colheres de pau, simbolo da passagem á próxima fase.

Soube que não ia passar no momento em que o chefe assistente tentou partir as tostas de pão alentejano com o garfo e a faca, sendo tostas obviamente que não iam partir com a faca. Eu sabia que devia ter trabalhado melhor a ideia. Não ganhei a colher de pau. Culpa minha. Mas não faz mal.




{Pré-casting, Hotel Holiday Inn Lisbon Continental, Dezembro 2014, Zé, Marta e eu, não a nossa melhor foto mas é a única que temos ♥}




Foi de longe das melhores experiências da minha vida. Adorei cada instante. Valeu a pena as horas de espera, o frio, os nervos, as longas viagens e tudo o que isso envolve, a dedicação e o quase desesperar quando não sabia o que iria cozinhar, o dinheiro investido na confecção dos pratos e as poucas horas de sono que antecederam os castings... E apesar das polémicas que aconteceram a seguir ao mega casting, não tenho dúvidas que voltaria a repetir tudo! Nem que fosse só para voltar a ouvir um "sejam bem vindos ao Masterchef!", pois foi aí que eu percebi que o sonho podia ser real.


Resta-me agora continuar a ser a masterchef da família e dos amigos, porque afinal cozinhar é uma acto de amor e nada melhor que cozinharmos para aqueles que amamos.


Por fim, e que este meu post já vai longo, não poderia deixar de agradecer a Marta e ao Zé que embarcaram comigo nesta aventura, sem eles não teria sido a mesma coisa! À Daniela, à Susana , ao João e à Cátia pela força, pelo apoio e pela disponibilidade em ajudarem no que fosse preciso. À Vanessa, minha flor, que mesmo longe esteve sempre lá para mim ♥ 

Tenho os melhores amigos do mundo! A eles o meu obrigada 




Com amor,
Mia


4 comentários:

  1. Oi Maria!
    Que aventura maravilhosa, fiquei presa em cada minutinho da tua narração e torcendo muito por vc em cada etapa.
    Parabéns amiga, vc é uma vencedora!
    Bjsssssssss

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    1. Oi Dinha :) ainda bem que gostou, muito obrigada pelas palavras, é muito bom ouvir isso :) beijinhos directamente de Portugal para o Brasil :D

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  2. OH Maria, estava a ler-te as palavras e fiquei contente! :p ehehe
    Isto porque acho fantástico a forma como descreves esta experiência e o orgulho que tens em ter participado mesmo que não tenhas seguido em frente.
    Também já viste? Ias ter que te levantar todos os dias às 5h e acho que a Marta e o Zé não iam aguentar muito mais. ehehe
    Um beijinho grande. :)
    Sarinha,
    No Conforto da Minha Cozinha❣

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    Respostas
    1. Ohh Sarinhaaa muito obrigada, foi uma mega aventura! e para o ano tento outra vez :) Acho que a Marta e o Zé não se iam importar ahah Beijinhos

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